A relatora especial das Nações Unidas sobre Tortura e o Tratamento Cruel, Desumano ou Degradante, Alice Jill Edwards, alerta sobre a tortura e maus-tratos de prisioneiros como parte da estratégia na guerra entre Rússia e Ucrânia. Edwards defende que reparações para vítimas e sobreviventes de violações de guerra, dos dois lados do conflito, devem fazer parte das negociações e do acordo de paz final.

Edwards já esteve na Ucrânia após a invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022. Ela entrevistou civis e militares que estiveram sob custódia russa, obtendo testemunhos angustiantes sobre os métodos de tortura supostamente usados contra eles. Em um dos documentos divulgados pela ONU, Edwards escreve que uma forma de tortura relatada a ela com frequência foi o uso de cargas elétricas nas orelhas e genitais.

A enviada da ONU conclui que a tortura faz parte da estratégia de guerra da Rússia, baseada na escala, abrangência geográfica, organização e objetivos da tortura. Alice Edwards enfatiza que os casos de tortura não se tratam de comportamento isolado ou pontual, mas algo claramente organizado e realizado rotineiramente com finalidades militares específicas.